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Reviews e Análises

Top Gun: Maverick – Crítica

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Após mais de trinta anos de serviços para a marinha americana, Pete Mitchell (Tom Cruise), mais conhecido pelo codinome Maverick, continua sendo apenas um capitão. Exímio piloto, rebelde, insiste em continuar em sua patente pois sabe que se isso mudar, não estará realizado profissionalmente. Depois de destruir um equipamento de milhões de dólares por pura birra, Maverick é rearranjado para ser professor e retornar à escola de preparação dos melhores pilotos da marinha. Dessa vez, ele deve preparar a nova geração para uma missão quase suicida.

Apesar da premissa horrorosa e do fiapo de história, Top Gun: Maverick é um baita filme. E tudo se resume a o quanto tudo funciona muito bem, apesar de ser apenas uma história boba, onde até o inimigo é aparentemente inexistente, já que nunca fica definido se são russos, chineses, árabes ou de qualquer outra parte do mundo. Apenas que são inimigos perigosos e que precisam ser combatidos.

Tom Cruise retorna ao mesmo papel depois de mais de 30 anos, mas que ainda cai nele como uma luva. E apesar de ser ridícula a ideia de que um militar ainda esteja no mesmo posto, ele faz aquilo dar certo. Mesmo sendo desgraçada a ideia de um idoso de 59 anos estar sendo o piloto mais competente, com reflexos mais ágeis ou resistência física superior ao de um garoto de 30.

A história ainda tenta trazer dramas pessoais para o caldo, com a adição de um interesse romântico abandonado anteriormente e que retorna à vida de Maverick na figura da estonteante Jennifer Connelly. Kelly Mcgillis? Nem é mencionada. Mas a parte mais importante do filme se sustenta na relação entre Maverick e Bradley “Rooster” Bradshaw, interpretado pelo excelente Miles Teller. Rooster é filho de Goose, antigo parceiro de Maverick que morre no primeiro filme. A relação de amor e ódio entre os dois é clichê mas é totalmente crível.

Talvez a coisa toda funcione nesse filme por causa de toda a nostalgia na qual ele se segura. Mas talvez seja no excelente elenco de apoio, ou ainda as incríveis cenas de ação em que a gente sabe que são reais, sem muitos retoques digitais. Nunca saberemos o que faz o filme realmente funcionar. Mas funciona. E faz isso muito bem.

Recheado de surpresas para os fãs do filme original, com diversas homenagens tanto para cenas, músicas e atores, Top Gun: Maverick é, em sua essência, Hollywood correndo em sua mais perfeita engrenagem. Tudo ali é feito para entreter o espectador da melhor forma possível. E, por alguns minutos, o que cada um sentado naquela sala de cinema mais quer é ser um piloto de caça. Mesmo que a gente não saiba quem é o inimigo.

PS: Não estrague a sua experiência. Veja na maior sala de cinema e com o melhor som possível. Você vai me agradecer depois.

Avaliação: 4.5 de 5.
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Reviews e Análises

Lispectorante – Crítica

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Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.

Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.

Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.

A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!

Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.

Avaliação: 3 de 5.
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Burburinho

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