Reviews e Análises
Turma da Mônica: Lições – Crítica
Continuação do sucesso de 2019, Turma da Mônica: Lições era para ter sido lançado ainda em 2020, mas devido à pandemia acabou ficando só para esse ano. O filme traz a adaptação da Graphic MSP de mesmo nome, escrita e desenhada pelos irmãos Victor e Lu Cafaggi. E ao mudar alguns elementos da história original, o roteiro do novo filme acerta demais ao aproximar o enredo para tudo o que fala mais alto ao coração.
Dessa vez, Mônica (Giulia Benite), Cascão (Gabriel Moreira), Magali (Laura Rauseo) e Cebolinha (Kevin Vechiatto) passaram o domingo inteiro encenando uma peça para o festival do bairro e esqueceram de fazer a lição de casa. Em mais um plano infalível do Cebolinha resolvem fugir da escola. Dá errado e a Mônica acaba quebrando o braço. Com isso a escola suspende os alunos e os pais de cada um, preocupados com o bem-estar de suas crianças, resolvem tomar algumas atitudes. A principal delas e que afeta o grupo todo é trocar a Mônica de escola. Com a Turma da Mônica separada, os conflitos, medos, ansiedades e a amizade do grupo são colocados à prova. E vai precisar de muitas lágrimas, traquinagens, brincadeiras e amor para que as “lições” sejam aprendidas.
A direção de Daniel Rezende deu um salto em transparência e em emoção neste filme. O uso de close-ups para expressar os sentimentos dos personagens é um recurso muito bem utilizado aqui. O filme é um primor de fotografia e montagem e mostra como fazer um filme que vai encantar a todo o seu público. As crianças vão se divertir com as aventuras da turminha, enquanto que as mensagens vão tocar o coração dos pais e avós que cresceram lendo os quadrinhos de Maurício de Sousa.
O filme tem um fan service na medida certa, com a introdução de novos personagens como Humberto, Do Contra, Marina e Milena, entre outros. A adição de Isabelle Drummond como Tina foi fundamental para a história do arco da turminha que precisa entender que dá para crescer sem deixar de ser criança. Mesmo que seja à custa de muita lágrima rolada.
PS: Não perca a cena pós-créditos. O MSU (Maurício de Sousa Universe) vem aí.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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ALEXANDRE GARCIA DE CARVALHO
22 de dezembro de 2021 at 10:04
Estava ansioso para ver essa continuação. Turma da Mônica Laços já era lindo e pelo que li aqui, Lições segue a mesma linha de obra de arte cinematográfica.
Obrigado por este review