Reviews e Análises
3º Andar – Terror na Rua Malasana – Crítica
Um filme pra quem gosta de levar susto. É isso o que é 3º Andar – Terror na Rua Malasana. Baseado em lendas urbanas, o filme foca em um apartamento mal assombrado em Madri e uma família que se muda para o mesmo andar nos anos 70.
Abusando de jump scares em uma história que não precisaria deles, o filme reutiliza vários clichês do gênero. Dirigida por Albert Pintó, a película foi filmada na rua Malasaña de Madri, local de vários assassinatos, mistérios e lendas urbanas.
O enredo simples conta a história de uma família que vende tudo no campo e se muda para a cidade grande atrás de uma vida melhor e acaba se metendo em altas enrascadas. Begoña Vargas interpreta Amparo, a única filha da família que é obrigada a deixar o namorado para trás e, junto com o irmão Rafael, vira o foco do espírito que habita o andar de seu apartamento novo.
Vale destacar a ótima interpretação de Iván Renedo no papel de Raphael que, junto de Begoña, entregam a melhor parte do terror psicológico do filme. A trilha sonora faz bem o seu papel, levando o público para a pontinha do assento; mas algumas vezes faz parte dos sustos gratuitos que acabam fazendo o filme ser maçante e previsível.
A montagem do filme abusa de cortes secos e da trilha para te dar susto em momentos mundanos, como a troca de cena entre o apartamento e a fábrica de caminhões que o pai da família vai trabalhar. Dispensável.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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