Reviews e Análises
Barbie – Crítica

Barbie não é um filme para crianças. Elas vão se divertir? Provavelmente sim, pois é engraçado, colorido e movimentado. Mas a principal mensagem e que é reforçada da metade para o final pode ser “avançada” demais para as inocentes crianças que apenas queriam ver as desventuras de sua boneca favorita no mundo real. Sei que vai ser difícil os pais e mães não levarem suas pequenas, mas depois não digam que eu não avisei.
Isto posto, é um filmaço. E um duro soco no estômago do patriarcado. Barbie (Margot Robbie, maravilhosa) é o estereótipo da boneca perfeita. Vive uma vida de sonhos na Barbielândia, junto com as outras Barbies, cada uma com sua profissão. A terra imaginária também possui o Ken (Ryan Gosling, solto no papel) que é só o Ken mesmo. E tudo vai bem até o momento em que a Barbie começa a ter pensamentos depressivos e a magia acaba. Ao encontrar a Barbie Esquisita (Kate McKinnon), Barbie descobre que precisa viajar ao mundo real para encontrar a sua dona e se reconectar com ela.
O filme é dirigido e escrito de forma brilhante por Greta Gerwig (Lady Bird: A Hora de Voar) e é uma crítica pesada ao mundo real, ao feminismo, ao patriarcado e até mesmo à Mattel. É maravilhoso quando uma empresa consegue rir de si mesmo e o filme é repleto de momentos corajosos de autorreflexão. Brincando com a metalinguagem de maneira raramente vista, Barbie tem um roteiro afiado, ácido, tresloucado e disruptivo, sem mencionar escancaradamente panfletário e engraçado.

Repleto de referências sobre o brinquedo, piadas internas e homenagens, o texto não se cansa de brincar com a mitologia da personagem e de seu universo. Inclusive os melhores momentos surgem dessas partes.
Este filme é obrigatório a todas as mulheres que precisam entender mais sobre o lugar que ocupam e o peso de ser uma mulher no mundo de hoje. Obrigatório a todo homem bem-resolvido que entende a parte de seu poder na sociedade e que sabe que é necessária a autocrítica. Não é recomendado para aqueles de masculinidade frágil e que enxergam a lacração como uma ameaça. Os red-pill vão pirar de ódio. Aguarde também para as próximas semanas as declarações de religiosos furiosos com a Barbie Médica ser interpretada por Hari Nef, uma atriz trans.
Barbie é uma comédia filosófica, feminista, agressiva, mas que sugere que ninguém precisa ser subordinado a ninguém para que todos possam coexistir. Ninguém é melhor do que ninguém e cada um tem que ter o seu espaço e suas oportunidades. E também é sobre uma famosa boneca que sonha em ser tudo o que ela quer ser. Assim como todos nós.
Reviews e Análises
Mickey 17 – Crítica

Mickey 17 é o filme mais recente de Bong Joon Ho (Parasita 2019) que desta vez nos traz uma ficção científica onde a clonagem (ou seria replicação?) de seres humanos existe. Nesse universo Robert Pattinson é Mickey Barnes, um dispensável – um funcionário descartável – em uma expedição para o mundo gelado de Nilfheim.
Mickey é recriado após cada missão extremamente perigosa que normalmente acaba em sua morte. O filme segue a décima sétima versão de Mickey que também é o narrador de como ele foi parar nessa roubada. E conta como as 16 vidas passadas foram muito úteis para a sobrevivência do restante da tripulação e passageiros da nave. Tudo ocorre muito bem até que, ao chegar de uma missão Mickey 17 se deita em sua cama e Mickey 18 levanta ao seu lado.
No elenco temos Steven Yeun (Invencível) como Timo, o melhor amigo de Mickey. Naomi Ackie (Pisque duas Vezes) como sua namorada Nasha e Mark Ruffalo (Vingadores) como Kenneth Marshal o capitão da nave.
O roteiro do filme foi adaptado do romance Mickey7 de Edward Ashton e foi anunciado antes mesmo da publicação da obra. Ele é cheio de críticas sociais, algo muito comum nos trabalhos de Bong Joon Ho, que usa a nave, sua tripulação e seus passageiros como um recorte da sociedade. Com um seleto grupo cheio de regalias enquanto a massa tem que contar minunciosamente as calorias ingeridas, pessoas com trabalhos simples e outras literalmente morrendo de trabalhar em escala 7×0.
Robert Pattinson quase carrega o filme nas costas, mas Mark Ruffalo também dá um show de interpretação junto de Toni Collette. Infelizmente Steven Yeun não se destaca muito e fica dentro da sua zona de conforto, mas não sabemos se o papel foi escrito especificamente pra ele. O elenco entrega muito bem as cenas cômicas e também as dramáticas, o que não te faz sentir as mais de duas horas de filme passarem.
Mickey 17 é um filme de ficção com um pé bem plantado na realidade que te diverte do início ao fim.
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Matheus Soler
21 de julho de 2023 at 15:55
Amei a crítica, vou tentar acompanhar mais aqui!
Eduardo Artur
30 de julho de 2023 at 21:14
Que filme maravilhoso, denso e impactante!Pessoal do Podcast vcs vão fazer um podcast sobre o assunto? Fiquei triste ao saber que nossos amigos do Jurassicast realmente não compraram o filme. Sou fã de vocês a anos e amo o conteúdo, muito animado pra ouvir vcs falando desse incrível sucesso. Abraços!