Reviews e Análises
As Marvels – Crítica

“As Marvels” é mais um filme boboca de super-herói, parecido com outros tantos que inundam os cinemas desde os anos 2000. Mas isso não quer dizer que seja um filme ruim. Tem seus problemas? Tem. É bem tolo, com efeitos medíocres? Sim. O roteiro é infantil e desinteressante? Também. Mas é ruim? Depende do que você espera de um filme de super-herói.

Dirigido pela promissora Nia DaCosta, “As Marvels” tem um início muito confuso e desencontrado. Me pareceu que muita coisa da introdução foi cortada para que o filme pudesse alcançar as cenas de ação de forma mais rápida.
Então a coisa toda ficou acelerada demais, me deixando meio perdido no começo. Parecia que eu tinha ido ao banheiro e perdido um pedaço da trama.
O roteiro de As Marvels é bobo e sem graça
O roteiro não foge muito do usual dos filmes de super-herói: uma vilã da raça Kree, chamada Dar-Benn (interpretada pela esforçada Zawe Ashton), está muito chateada porque o planeta dela foi destruído.
Mas aí ela encontra um artefato cósmico: um bracelete que é capaz de fazer uma abertura no espaço-tempo. Então ela resolve que vai destruir outros planetas para poder recuperar o seu ao mesmo tempo em que busca pelo outro bracelete.
O outro bracelete está de posse de uma adolescente de Jersey City chamada Kamala Khan, a Ms. Marvel. Interpretada por Iman Vellani, Kamala é muito divertida e a sua inocência, deslumbramento adolescente e devoção foram fundamentais para que eu não perdesse o interesse completo no filme. A menina é muito carismática. Não posso dizer se é uma boa atriz pois nunca vi ela fazendo outra coisa. Mas funciona muito bem aqui.
Outra que me surpreendeu foi Brie Larson como Carol Danvers, ou a Capitã Marvel. Quem acompanha o Portal Refil desde o seu começo sabe o quanto eu reclamei do primeiro filme da heroína.
Apesar de amargurada e solitária no começo, a personagem vai se abrindo ao longo da história e tem uma amplitude que eu não esperava. Brie consegue mostrar isso de forma muito cativante, evoluindo a personagem e conseguindo mudar a minha opinião de que Carol Danvers era muito arrogante.
A terceira ponta desse triângulo é Monica Rambeau, interpretada aqui pela Teyonah Parris, que infelizmente não consegue se sobressair às outras duas personagens. Mas a culpa é total do roteiro. Ou até do que foi cortado do filme, nunca saberemos.
Filmes de quadrinhos precisam dar um tempo
As Marvels até tenta desenvolver o conflito da relação entre Monica e Carol, que tinha uma relação de tia e sobrinha que foi cortada pelo “trabalho” de Carol e que acabou ficando uma mágoa. A resolução desse conflito é superficial, sem um tratamento dramático mais interessante, o que faz com que a gente não se interesse de verdade por aquilo.
A coisa vai indo meio atabalhoada até que se perde por completo em uma sequência musical totalmente desnecessária e boba, para que no final das contas o filme se dirija para a luta final contra a vilã e sua óbvia derrota. Não há clímax, não há suspense, não há curva dramática. Uma história sem propósito nenhum a não ser ter mais um produto no mercado para garantir conteúdo para a plataforma de streaming.
Mas é isso o que são, há anos, as histórias de super-heróis nos quadrinhos. Para cada saga impactante ou história memorável existem outras 400 que só servem para garantir que o leitor compre a revista do mês que vem. Só que parece que estamos vendo que, no cinema pelo menos, a fórmula cansou e precisa de respiro. Ou simplesmente de tramas melhores. Menos é mais.
Nota 2 de 5
PS: O filme tem uma cena pós-créditos que já vazou na internet.
Reviews e Análises
Mickey 17 – Crítica

Mickey 17 é o filme mais recente de Bong Joon Ho (Parasita 2019) que desta vez nos traz uma ficção científica onde a clonagem (ou seria replicação?) de seres humanos existe. Nesse universo Robert Pattinson é Mickey Barnes, um dispensável – um funcionário descartável – em uma expedição para o mundo gelado de Nilfheim.
Mickey é recriado após cada missão extremamente perigosa que normalmente acaba em sua morte. O filme segue a décima sétima versão de Mickey que também é o narrador de como ele foi parar nessa roubada. E conta como as 16 vidas passadas foram muito úteis para a sobrevivência do restante da tripulação e passageiros da nave. Tudo ocorre muito bem até que, ao chegar de uma missão Mickey 17 se deita em sua cama e Mickey 18 levanta ao seu lado.
No elenco temos Steven Yeun (Invencível) como Timo, o melhor amigo de Mickey. Naomi Ackie (Pisque duas Vezes) como sua namorada Nasha e Mark Ruffalo (Vingadores) como Kenneth Marshal o capitão da nave.
O roteiro do filme foi adaptado do romance Mickey7 de Edward Ashton e foi anunciado antes mesmo da publicação da obra. Ele é cheio de críticas sociais, algo muito comum nos trabalhos de Bong Joon Ho, que usa a nave, sua tripulação e seus passageiros como um recorte da sociedade. Com um seleto grupo cheio de regalias enquanto a massa tem que contar minunciosamente as calorias ingeridas, pessoas com trabalhos simples e outras literalmente morrendo de trabalhar em escala 7×0.
Robert Pattinson quase carrega o filme nas costas, mas Mark Ruffalo também dá um show de interpretação junto de Toni Collette. Infelizmente Steven Yeun não se destaca muito e fica dentro da sua zona de conforto, mas não sabemos se o papel foi escrito especificamente pra ele. O elenco entrega muito bem as cenas cômicas e também as dramáticas, o que não te faz sentir as mais de duas horas de filme passarem.
Mickey 17 é um filme de ficção com um pé bem plantado na realidade que te diverte do início ao fim.
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