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Reviews e Análises

Meu Pai é Um Perigo – Crítica

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São tantas camadas que eu nem sei por onde começar. Contudo começo pelo que considero primordial: Gostoso de assistir. De Niro de paizão cheio de manias é divertido demais. E falar sobre família e tradições gera tanta coisa e tem tanto material que a possibilidade de sair um filme divertido é alta, ainda mais quando se junta um bom elenco.

Sebastian e Salvo, “Meu Pai é Um Perigo”, Paris Filmes, 2023

Essa história tem a direção de Laura Terruso, mesma de “Good Girls Get High” de 2018 e “Dançarina imperfeita” de 2020. E aqui apresenta um trabalho com os deveres de casa feitos. Cenas bem conduzidas e montadas, mas bem medianas. A direção não traz nada excepcional, não tem uma cena grandiosa, não pede uma atuação incrível, o ritmo anda bem mas não explode. Então ele se torna um filme agradável de assistir com sua família numa tarde de domingo, mas não sei se um filme a ser lembrado.

O roteiro é de Austen Earl e Sebastian Meniscalco, e inclusive a história se baseia na história desse último. O roteiro é muito complexo e interessante, apesar do objetivo de ser um filme família de fácil compreensão. No entanto, o filme traz crítica social em relação aos imigrantes, fala sobre tipos de criação por famílias, efeito da criação de um filho em suas decisões e postura quando adulto, a adaptação de duas diferentes pessoas quando estão prestes a se unir em matrimônio, e etc. As piadas são boas e a história está bem amarradinha, mas senti falta de um ritmo mais ajustado. Alguns momentos o ritmo ficou no quase e não sei se é do roteiro ou da direção. Mas o filme passa bem também.

“Meu Pai é Um Perigo”, Paris Filmes, 2023

Sobre o elenco temos uma turma boa. Começando no top com essa família Robert de Niro (“O Irlandes” de 2019 e “Tirando o atraso” de 2016) como Salvo Meniscalco e Sebastian como ele mesmo. Temos Leslie Bibb (“Te Peguei” de 2018 e “Na Rota do Tráfico” de 2019) como Ellie, noiva de Sebastian. Da família de Ellie temos Kim Cattrall (“Loucademia de Polícia” de 1984 e Aventureiros do bairro proibido” de 1986) como a mãe Tigger, David Rasche (“Stallone: cobra” de 1986 e “Bingo: esperto pra cachorro” de 1991) como o pai Bill Collins, Anders Holm (“Um senhor estagiário” de 2015 e “Como ser solteira” de 2016) como o irmão mais velho Lucky e Brett Dier (“Diário de um banana” de 2010 e “O Mistério de Grace” de 2014) como o irmão mais novo Doug. Vamos lá.. o elenco segura bem, é agradável de ver, mas um pouco no campo do lugar comum. O que me coloca na posição de dizer que é um bom trabalho de atuação, mas sem nada a destacar.

“Meu Pai é Um Perigo”, Paris Filmes, 2023

O filme conta a história de um rapaz, filho de um imigrante italiano. Sua história e a de seu pai são contadas até esse momento: ele está prestes a propor sua namorada em casamento. E o momento perfeito aparece e em uma viagem para que ele conheça a família da noiva, mas seu pai acaba por ter que ir junto. E as diferentes visões de mundo e experiências vividas vão gerar altas confusões entre essas famílias. Não vou contar muito mais para você não perder a experiência e não deixar de vir aqui contar como foi. 

Essa crítica dá uma nota 3 de 5 para esse filme.

Avaliação: 3 de 5.

O filme estreia dia 25 de maio nos cinemas.

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A Hora da Estrela – Crítica

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Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.

O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.

A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.

As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.

“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.

Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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