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Dublagem vai muito além de traduzir a obra
É também uma forma de dar mais sentido e acessibilidade
O que é dublagem
A dublagem ou dobragem (no português europeu) é a substituição da voz original de produções audiovisuais (filmes, séries, desenhos animados, novelas, documentários, reality shows, entre outras obras) pela voz e interpretação de um ator em outro idioma. Há também dublagem no mesmo idioma, usada para melhorar a entonação do som original, algo utilizado principalmente em teatro, musicais, ou quando há alguma falha na captação de som direto, nas produções audiovisuais.
A dublagem é feita em estúdios de dublagem, com diversos profissionais envolvidos como diretores, técnicos de áudio e os dubladores, que são atores, que com sua voz e interpretação, substituem as vozes de obras estrangeiras por uma versão nacional. O termo “dublagem” vem do francês doublage que significa substituição de voz. E a dublagem não é apenas uma tradução do outro idioma, ela vai muito além… Falaremos mais adiante sobre isso…
Curiosidades
O primeiro filme a receber uma versão brasileira foi Branca de Neve e os Sete Anões em 1938, com intervenção direta na organização dos trabalhos dos profissionais de Walt Disney. Os atores de rádio teatro, da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, gravaram suas vozes no estúdio Cinelab, e o áudio em seguida foi mixado nos Estados Unidos. Essa produção marcou o início das atividades da dublagem brasileira, seguido por outras criações do mesmo estúdio como Pinóquio, Dumbo e Bambi. Atores de rádio continuaram a ser a base da primeira geração de dubladores, como Bordes de Barros e Orlando Drummond , que seguiria na ativa até a década de 2010 e chegou a entrar no Livro dos Recordes por dublar o personagem Scooby Doo por mais de 35 anos.
Em 1962, um decreto do presidente Jânio Quadros determinou que todas as produções estrangeiras exibidas pela televisão fossem dubladas. Essa medida impulsionou o crescimento da dublagem no Brasil e fez com que surgissem vários estúdios de dublagem desde então. Um nome crucial para a dublagem foi o empresário Herbert Richers, amigo de Walt Disney que sempre visitava seus estúdios em Hollywood, e por lá conheceu as técnicas de dublagem e passou a tentar replicar com seu estúdio homônimo, fundado na década de 1950 no Rio de Janeiro e fechado após a morte de Richers em 2009 e que já chegou a ter 80% do mercado nacional de dublagem.
Trabalho como dublador
No Brasil, dubladores necessitam do registro profissional de ator, conforme legislação trabalhista:
- Para se trabalhar com dublagem, se faz necessário o Registro Profissional de Ator (também conhecido como DRT), o qual é expedido pela Delegacia Regional do Trabalho. Mas pode ser requerido pelo SATED regional (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões), que emite um documento de capacitação profissional, o qual é analisado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Para o registro no MTE, são necessários diploma ou certificados de conclusão de curso (técnico ou superior) reconhecido pelo MEC, ou o atestado de capacitação do sindicato dos artistas.
- Até 18 anos de idade (em São Paulo – e até 16 anos no Rio de Janeiro), o registro profissional para dubladores fica condicionado à autorização dos pais ou responsáveis legais, como também a um alvará autorizando o trabalho do menor, expedido pelo Juizado da Infância e da Juventude.
Compreensão da obra
Conforme falei anteriormente, a dublagem vai muito além de traduzir pro nosso idioma uma obra audiovisual. O termo “versão brasileira” é muito usado nas aberturas dos filmes pois é como vemos o trabalho de dublagem, é traduzir, mas também dar sentido, dar uma essência à produção para que seja compreensível ao público local.
A dublagem tem a criança como primeiro público, pois além de ser o único meio pelo qual os pequenos entendem as animações estrangeiras, as vozes dos personagens viram cotidiano e ganham a mesma força que a voz dos pais transmitem, chegando até a formar o vocabulário dos que estão aprendendo a falar e aumentando o leque de palavras aprendidas.
A tradução literal não consegue transmitir a ideia da obra. Como cada país tem sua própria cultura e o cinema procura transferir esta cultura para a tela, talvez traduzir piadas americanas para o português não faça sentido e o público não se divertirá como os personagens, afastando cada vez mais o espectador. Igual quando lemos uma legenda e não entendemos o que os personagens quiseram dizer…
Por exemplo, se uma mulher fala: “vou comprar Reeses na Cost Co”, isso pode não fazer muito sentido para você que é brasileiro e não conhece produtos americanos… Aí vem o trabalho do dublador, que ressignifica a fala: ” Vou ali comprar paçoca no atacadão”… dando muito mais sentido e “graça” pra obra, traduzindo além da literalidade para que a piada ou a informação seja entendida pelos brasileiros. Ou seja, o dublador tem que ter um repertório bem amplo de conhecimento para poder sacar esses detalhes, traduzir além do idioma e fazer a diferença para o público…
Acessibilidade
Outro problema que a dublagem visa minimizar é o do analfabetismo funcional, que atinge boa parte da população, o que significa que além dos analfabetos (que não sabem ler nem escrever absolutamente nada), temos os analfabetos funcionais, que sabem ler e escrever, mas não entendem o que estão lendo)… Então a dublagem vem para facilitar o entendimento, para interpretar o que está sendo dito e trazer com clareza ao público que não sabe, que não gosta, que não entende, ou até mesmo o que não pode ler.
Pelo público que não pode ler entendemos as pessoas que possuem alguma deficiência visual (parcial ou completa) e por isso dependem da dublagem para entender as obras e em alguns casos contam com a audiodescrição também, que é um tipo de narração que preenche os silêncios das falas e que descreve a cena, além dos diálogos, além da dublagem… É uma narração que detalha os personagens, o ambiente e tudo mais que for visualmente relevante na cena, mas que não pode ser visto ou sentido pelos deficientes visuais, então por isso o audiodescritor entra em cena para auxiliar a enriquecer a experiência do público que não consegue ver.
Bate papo com uma dubladora
Confira essa entrevista que fizemos com a dubladora Fátima Mourão, que trabalha na área há mais de 40 anos e foi a voz da heroína She-Ra, Olívia Palito, Trinity do Matrix, Lois Lane em Superman, Scarlet O’ Hara de E o vento Levou, Dorothy de O Mágico de Oz na primeira versão, mãe do Ferris Bueller em Curtindo a Vida Adoidado, entre muitas outras vozes que você provavelmente conhece:
#dublagem #acessibilidade #audiodescrição
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“A Lenda de Ochi”, fantasia da A24, ganha novos cartazes

Com Willem Dafoe, Helena Zengel, Finn Wolfhard e Emily Watson, longa estreou no Festival de Sundance deste ano
A Paris Filmes acaba de lançar dois novos cartazes de “A Lenda de Ochi” (The Legend of Ochi), fantasia dramática da A24 que chega aos cinemas brasileiros em 29 de maio. O elenco principal conta com Willem Dafoe, Helena Zengel, Finn Wolfhard e Emily Watson.
Em uma vila remota na ilha de Carpathia, uma tímida garota de fazenda chamada Yuri foi criada para temer uma espécie animal conhecida como Ochi. Mas, quando ela descobre que um bebê Ochi ferido foi abandonado, ela parte em uma aventura para levá-lo para casa. “A Lenda de Ochi” estreou no Festival de Sundance de 2025.
A distribuição nacional é da Paris Filmes e a produção é da A24, Neighborhood Watch e AGBO, com direção e roteiro de Isaiah Saxon.

Sobre a Paris Filmes
A Paris Filmes é a maior distribuidora brasileira independente e atua no mercado de distribuição de filmes no Brasil e na América Latina, destacando-se pela alta qualidade cinematográfica. Além de ter distribuído grandes sucessos mundiais como as sagas “Crepúsculo” e “Jogos Vorazes”, o premiado “O Lado Bom da Vida”, que rendeu o Globo de Ouro®️ e o Oscar®️ de Melhor Atriz a Jennifer Lawrence em 2013 e “Meia-Noite em Paris”, que fez no Brasil a maior bilheteria de um filme de Woody Allen, a distribuidora também possui em sua carteira os maiores sucessos do cinema nacional, como as franquias “De Pernas Pro Ar”, “Até Que a Sorte nos Separe”, “DPA – O Filme” e “Turma da Mônica”. Nos últimos anos a empresa esteve à frente de importantes lançamentos como “John Wick”, “La La Land – Cantando Estações”, “A Cabana”, “Extraordinário”, “Marighella”, “Meu Nome é Gal”, “Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, “Jogos Mortais X” e “Minha Irmã e Eu” – primeiro filme nacional a bater a marca de 2 milhões de espectadores pós-pandemia.
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